Sinais Vitais: Como Aferir Corretamente e Interpretar os Resultados

A aferição correta dos sinais vitais é uma das habilidades mais fundamentais na prática da enfermagem. Eles representam dados objetivos e imediatos sobre o estado de saúde do paciente, sendo cruciais para decisões clínicas e acompanhamento de enfermidades. Neste artigo, vamos abordar como aferir cada sinal vital corretamente, os valores de referência, o que pode alterar os resultados e como interpretar os achados com base na prática de enfermagem.

O que são Sinais Vitais?

Sinais vitais são indicadores fisiológicos essenciais que refletem o funcionamento dos principais sistemas do corpo humano. Os principais sinais vitais são:

  • Temperatura corporal

  • Frequência cardíaca (pulso)

  • Frequência respiratória

  • Pressão arterial

  • Saturação de oxigênio (SpO2)

A coleta regular desses dados permite acompanhar a evolução clínica e detectar precocemente alterações que possam indicar risco iminente à vida.

Temperatura Corporal

A temperatura corporal pode ser aferida por via oral, axilar, retal, timpânica ou frontal. O valor de referência geralmente aceito é:

  • 36,5°C a 37,2°C para a temperatura axilar.

Técnicas de aferição:
  • Utilizar termômetro digital ou infravermelho;

  • Higienizar o equipamento antes e após o uso;

  • Posicionar corretamente o termômetro conforme o método escolhido.

Alterações possíveis:
  • Febre (> 37,8°C) pode indicar infecções, inflamações ou doenças autoimunes;

  • Hipotermia (< 35°C) é comum em pacientes expostos ao frio ou em choque.

Frequência Cardíaca

A frequência cardíaca normal em adultos é de 60 a 100 bpm (batimentos por minuto).

Técnicas:
  • Utilizar estetoscópio e esfigmomanômetro ou monitor multiparamétrico;

  • Contar os batimentos por 60 segundos ou por 30 segundos e multiplicar por dois;

  • Locais comuns: artéria radial, carótida ou braquial.

Variações:
  • Taquicardia (> 100 bpm): pode indicar febre, ansiedade, dor ou hipovolemia;

  • Bradicardia (< 60 bpm): comum em atletas ou por uso de betabloqueadores.

Frequência Respiratória

A frequência respiratória normal em adultos é de 12 a 20 incursões por minuto (ipm).

Técnicas:
  • Observar a expansão torácica sem que o paciente perceba (para evitar alteração voluntária);

  • Contar por 60 segundos para maior precisão.

Variações:
  • Taquipneia (> 20 ipm): pode indicar infecção, ansiedade ou acidose metabólica;

  • Bradipneia (< 12 ipm): pode ocorrer em depressão do sistema nervoso central ou uso de sedativos.

Pressão Arterial

A pressão arterial normal é considerada em torno de 120 x 80 mmHg.

Técnicas:
  • Utilizar manguito adequado ao tamanho do braço;

  • Posicionar o braço na altura do coração;

  • Realizar a ausculta dos batimentos de Korotkoff com estetoscópio.

Interpretação:
  • Hipertensão: ≥ 140/90 mmHg;

  • Hipotensão: < 90/60 mmHg.

Saturação de Oxigênio (SpO2)

A oximetria de pulso mede a saturação de oxigênio no sangue, com valores normais de 95% a 100%.

Técnicas:
  • Utilizar oxímetro de pulso digital;

  • Manter o dedo limpo e aquecido para melhor leitura.

Alertas:
  • Hipoxemia: SpO2 < 90% requer avaliação médica imediata;

  • Em pacientes com DPOC, valores aceitáveis podem ser entre 88% e 92%.

Conclusão

A correta aferição e interpretação dos sinais vitais são essenciais na rotina do profissional de enfermagem. Esses dados guiam a tomada de decisão, ajudam na triagem de pacientes e indicam intervenções necessárias. O domínio das técnicas garante maior segurança para o paciente e eficácia no cuidado prestado.

Referências: