Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS): Estratégias Essenciais na Prática de Enfermagem

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais da área, impactando diretamente a segurança dos pacientes e aumentando os custos hospitalares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pacientes em todo o mundo são afetados por infecções adquiridas em hospitais, sendo que grande parte dessas ocorrências poderia ser prevenida com medidas adequadas de controle e biossegurança.

Neste artigo, vamos abordar o que são as IRAS, quais os principais fatores de risco e, sobretudo, as melhores práticas de prevenção, com foco no papel essencial da enfermagem.

1. O Que São Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)?

As IRAS são infecções adquiridas dentro do ambiente hospitalar ou em qualquer outro serviço de saúde (como clínicas e unidades de pronto atendimento). Elas podem ocorrer durante a internação ou após a alta, desde que estejam diretamente ligadas aos cuidados prestados ao paciente.

Essas infecções podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos, muitas vezes resistentes a antibióticos. Entre as principais IRAS, destacam-se:

🔹 Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) – Infecção pulmonar em pacientes intubados.
🔹 Infecção do trato urinário associada ao uso de cateter vesical.
🔹 Infecção de corrente sanguínea relacionada ao uso de cateter venoso central.
🔹 Infecções cirúrgicas – Ocorrendo no sítio operatório após um procedimento cirúrgico.

A prevenção das IRAS exige a adoção rigorosa de medidas de controle de infecção, que incluem higiene das mãos, uso adequado de EPIs e práticas seguras de manipulação de dispositivos invasivos.

2. Fatores de Risco para Infecções Hospitalares

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento das IRAS, incluindo:

⚠ Pacientes imunossuprimidos – Indivíduos com baixa imunidade (como pacientes oncológicos, transplantados e idosos) estão mais suscetíveis.
⚠ Tempo prolongado de internação – Quanto maior o período hospitalar, maior a exposição a microrganismos resistentes.
⚠ Uso de dispositivos invasivos – Cateteres venosos, sondas vesicais e ventilação mecânica são portas de entrada para patógenos.
⚠ Uso inadequado de antibióticos – O uso indiscriminado favorece o surgimento de bactérias multirresistentes.
⚠ Falta de adesão às práticas de higienização – A ausência de higiene das mãos e o descuido com protocolos de assepsia contribuem significativamente para a disseminação de infecções.

A enfermagem tem um papel fundamental na prevenção dessas infecções, implementando estratégias que garantam um ambiente seguro e reduzam riscos.

3. Estratégias de Prevenção das IRAS na Enfermagem

A prevenção das IRAS exige a adoção de diversas medidas, sendo a higienização das mãos uma das práticas mais eficazes. Confira as principais ações preventivas:

3.1. Higienização das Mãos: Medida Essencial para Reduzir Infecções

A higienização das mãos é reconhecida pela OMS como uma das formas mais eficazes de reduzir a transmissão de infecções dentro do ambiente hospitalar. O protocolo das "5 Indicações da Higiene das Mãos", recomendado pela Anvisa, orienta os profissionais a realizarem a limpeza nos seguintes momentos:

👐 Antes do contato com o paciente.
👐 Antes da realização de procedimentos assépticos.
👐 Após o risco de exposição a fluidos corporais.
👐 Após o contato com o paciente.
👐 Após o contato com áreas próximas ao paciente.

A higienização pode ser feita com água e sabão ou com álcool 70%, dependendo da situação.

3.2. Uso Correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

O uso adequado de luvas, máscaras, aventais, óculos de proteção e gorros é essencial para reduzir a transmissão de agentes infecciosos. A enfermagem deve estar sempre atenta a:

✔ Escolher o EPI adequado conforme o tipo de procedimento.
✔ Realizar a paramentação e retirada correta dos EPIs para evitar contaminação.
✔ Substituir EPIs descartáveis conforme recomendação dos protocolos de biossegurança.

3.3. Cuidados com Dispositivos Invasivos
Os dispositivos invasivos são uma das principais portas de entrada para infecções. Por isso, a enfermagem deve:
✔ Manter técnicas assépticas rigorosas na inserção e manipulação de cateteres.
✔ Trocar curativos de cateter conforme recomendação institucional.
✔ Remover dispositivos invasivos o mais rápido possível para reduzir o risco de infecção.
3.4. Cuidados com a Limpeza e Desinfecção de Superfícies

Microrganismos podem sobreviver por horas ou até dias em superfícies hospitalares. Por isso, é essencial:

✔ Higienizar frequentemente bancadas, camas, equipamentos e banheiros.
✔ Utilizar produtos desinfetantes adequados para cada tipo de superfície.
✔ Desinfetar equipamentos compartilhados, como termômetros e estetoscópios.

3.5. Educação Permanente e Capacitação da Equipe

Manter a equipe de enfermagem constantemente atualizada sobre protocolos de segurança e prevenção de infecções é fundamental para garantir boas práticas dentro da unidade de saúde. Algumas estratégias incluem:

📌 Treinamentos regulares sobre controle de infecções e biossegurança.
📌 Monitoramento e feedback sobre a adesão às práticas de prevenção.
📌 Promoção de campanhas educativas para reforçar a importância da higiene das mãos.

4. Conclusão

A prevenção das IRAS deve ser uma prioridade nos serviços de saúde, visto que a redução dessas infecções melhora a qualidade do atendimento, reduz custos hospitalares e protege a vida dos pacientes.

A enfermagem desempenha um papel essencial na implementação de medidas preventivas, como a higienização das mãos, o uso correto de EPIs, o manejo seguro de dispositivos invasivos e a desinfecção adequada do ambiente hospitalar.

O compromisso com protocolos de biossegurança e a educação contínua da equipe são as principais estratégias para controlar e prevenir infecções, tornando o ambiente hospitalar mais seguro para todos.

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Referências

  1. Ministério da Saúde do Brasil

    • BRASIL. Protocolo para a Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Disponível em: https://www.gov.br/saude/

  2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

    • ANVISA. Manual de Segurança do Paciente e Prevenção de IRAS.