Hidantal (Fenitoína): Indicações, Usos e Considerações Essenciais

O Hidantal, nome comercial da fenitoína, é um anticonvulsivante clássico, utilizado há décadas no tratamento de epilepsia e controle de crises convulsivas. A fenitoína age estabilizando os neurônios hiperexcitáveis e reduzindo a propagação das descargas elétricas anormais no sistema nervoso central.

Neste artigo, vamos explorar detalhadamente tudo sobre o Hidantal: mecanismo de ação, indicações, doses recomendadas, precauções e cuidados de enfermagem, com informações atualizadas e respaldadas por fontes confiáveis. Se você busca um conteúdo completo e otimizado para seu aprendizado e atualização profissional, este material é para você!

O que é o Hidantal?

O Hidantal é o nome comercial da fenitoína sódica, um fármaco anticonvulsivante que atua bloqueando canais de sódio dependentes de voltagem nos neurônios. Essa ação estabiliza a membrana neuronal e previne a propagação de impulsos elétricos anormais, sendo eficaz no tratamento de convulsões tônico-clônicas generalizadas e parciais.

Principais Indicações do Hidantal

A fenitoína (Hidantal) é indicada para:

  • Prevenção e tratamento de crises epilépticas, especialmente em convulsões tônico-clônicas generalizadas e parciais complexas;

  • Profilaxia e tratamento de crises convulsivas durante e após neurocirurgias ou traumas crânio-encefálicos;

  • Controle de crises agudas em situações de emergência (status epilepticus), quando administrada por via intravenosa;

  • Arritmias cardíacas (uso off-label e em situações específicas).

Posologia Recomendada
A dose varia de acordo com a gravidade do quadro e a via de administração:
  • Uso oral (VO):

    • Adultos: geralmente 4 a 7 mg/kg/dia, divididos em 2 a 3 doses.

    • Dose de manutenção: 300 mg/dia, ajustável conforme resposta e níveis plasmáticos.

  • Uso intravenoso (IV):

    • Crises agudas/status epilepticus: dose de ataque de 15 a 20 mg/kg (administrada lentamente, a no máximo 50 mg/minuto em adultos).

    • Manutenção: doses ajustadas com base nos níveis séricos e resposta clínica.

Ajuste de dose em insuficiência hepática ou idosos pode ser necessário devido à metabolização hepática da fenitoína.

Contraindicações e Precauções

A fenitoína é contraindicada em:

  • Hipersensibilidade à fenitoína ou a outros hidantoínas;

  • Síndrome de Adams-Stokes ou bloqueio sinoatrial (em uso IV);

  • Gravidez (categoria D – risco de teratogenicidade, embora possa ser usada com cautela quando os benefícios superam os riscos).

Precauções:

  • Monitorar níveis séricos (10 a 20 mcg/mL) para evitar toxicidade;

  • Uso cauteloso em pacientes com insuficiência hepática, renal, alcoolismo crônico;

  • Atenção a interações medicamentosas com anticoagulantes, contraceptivos hormonais, corticosteroides, entre outros;

  • Risco de reações cutâneas graves (síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica).

Efeitos Adversos Comuns
  • Sonolência, ataxia e tontura;

  • Hiperplasia gengival e hirsutismo;

  • Náuseas e vômitos;

  • Reações alérgicas e exantemas;

  • Osteomalácia (uso prolongado);

  • Toxicidade grave (com níveis elevados): nistagmo, disartria, letargia, confusão mental.

Cuidados de Enfermagem com o Hidantal
  • Realizar avaliação prévia do histórico clínico, verificando contraindicações e potenciais interações medicamentosas;

  • Monitorar sinais vitais, estado neurológico e possíveis sinais de toxicidade;

  • Observar e registrar reações adversas, especialmente alterações na pele, distúrbios gastrointestinais e sinais de neurotoxicidade;

  • Garantir hidratação adequada e orientação sobre higiene oral (prevenção de hiperplasia gengival);

  • Educar o paciente e familiares sobre a importância da adesão ao tratamento e do acompanhamento regular dos níveis plasmáticos;

  • Documentar rigorosamente a administração, dose, horário e resposta clínica no prontuário de enfermagem.

Exemplos Práticos de Uso do Hidantal

Exemplo 1 – Epilepsia controlada:

Paciente adulto com epilepsia parcial complexa, utilizando Hidantal 300 mg/dia VO. Mantém controle adequado das crises e sem efeitos adversos relevantes.

Exemplo 2 – Status Epilepticus:

Paciente em emergência com status epilepticus. Administrada dose de ataque de fenitoína 20 mg/kg IV, com monitoramento contínuo. Evolução estável e controle das convulsões.

Exemplo 3 – Neurocirurgia:

Paciente submetido à craniotomia. Prescrito Hidantal 100 mg EV a cada 8 horas como profilaxia de crises pós-operatórias. Sem intercorrências convulsivas.

Conclusão

O Hidantal (fenitoína) é um anticonvulsivante de ampla utilização no controle de crises epilépticas e na profilaxia de convulsões em situações de risco. O conhecimento sobre sua administração, indicações e cuidados é essencial para enfermeiros e técnicos que atuam em unidades de saúde. O uso criterioso e o monitoramento adequado garantem a eficácia e a segurança no tratamento.

Referências
  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Tratamento de Epilepsia. Brasília, 2023.

  2. COFEN. Resolução nº 564/2017 – Registro de Atividades do Enfermeiro.

  3. UpToDate. Phenytoin: Uses, dosages, and precautions. Acesso em 2025.

  4. Micromedex. Phenytoin monograph. IBM, 2025.

  5. ANVISA. Bula do medicamento Hidantal (fenitoína). Acesso em 2025.