Diabetes Mellitus: Entenda a Doença, Sintomas, Tipos, Tratamento e Cuidados Essenciais

O que é diabetes?

O Diabetes Mellitus é uma doença metabólica crônica caracterizada pela elevação anormal dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Isso ocorre por uma produção insuficiente de insulina pelo pâncreas ou por uma resistência à ação desse hormônio no organismo.

A insulina é essencial para que a glicose presente no sangue entre nas células, onde será utilizada como fonte de energia. Quando esse processo falha, o açúcar se acumula na corrente sanguínea, causando hiperglicemia.

Tipos de insulina: Existem diferentes tipos de insulina utilizadas no tratamento do diabetes, que variam conforme o início de ação, pico de efeito e duração:

  • Insulina de ação rápida: começa a agir em cerca de 15 minutos, com pico entre 1 e 2 horas. Exemplo: insulina lispro, asparte.

  • Insulina de ação curta: inicia o efeito entre 30 minutos e 1 hora, com pico em 2 a 4 horas. Exemplo: insulina regular.

  • Insulina de ação intermediária: começa a agir em 1 a 2 horas, com pico em 4 a 12 horas. Exemplo: NPH.

  • Insulina de ação prolongada: tem início lento e mantém efeito constante por até 24 horas. Exemplo: insulina glargina, detemir.

  • Insulinas pré-misturadas: combinam diferentes tipos para facilitar a adesão ao tratamento.

O tipo de insulina utilizado é determinado pelo médico com base nas necessidades do paciente.

Quais são os tipos de diabetes?
  • Diabetes tipo 1: Doença autoimune, na qual o sistema imunológico destrói as células beta do pâncreas que produzem insulina. Geralmente aparece na infância ou adolescência e requer aplicação de insulina diariamente.

  • Diabetes tipo 2: É o tipo mais comum. Caracteriza-se pela resistência à insulina ou pela sua produção insuficiente. Está fortemente associada ao sedentarismo, obesidade e envelhecimento.

  • Diabetes gestacional: Surge durante a gravidez, devido a alterações hormonais que provocam resistência à insulina. Pode desaparecer após o parto, mas aumenta o risco de diabetes tipo 2 no futuro.

  • Outros tipos: Incluem formas mais raras, como as relacionadas a doenças pancreáticas, genéticas ou induzidas por medicamentos.

Sintomas mais comuns do diabetes
  • Sede excessiva (polidipsia);

  • Urina frequente (poliúria);

  • Fome excessiva (polifagia);

  • Perda de peso inexplicada;

  • Fadiga e fraqueza;

  • Visão turva;

  • Infecções de repetição na pele, gengiva e trato urinário;

  • Cicatrização lenta de feridas.

Atenção: O diabetes tipo 2 pode ser assintomático por anos, sendo diagnosticado apenas em exames de rotina ou após complicações.

Como é feito o diagnóstico?
  • Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL;

  • Hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 6,5%;

  • Teste oral de tolerância à glicose ≥ 200 mg/dL (após 2h);

  • Glicemia casual ≥ 200 mg/dL, na presença de sintomas clínicos.

O diagnóstico deve ser confirmado com pelo menos dois desses exames alterados em dias diferentes, a critério médico.

Complicações do diabetes não tratado
  • Retinopatia diabética (cegueira);

  • Nefropatia (insuficiência renal);

  • Neuropatia (formigamentos e perda de sensibilidade);

  • Doenças cardiovasculares (infarto, AVC);

  • Pé diabético e risco de amputações;

  • Maior vulnerabilidade a infecções.

Tratamento do diabetes

O tratamento visa manter a glicemia sob controle e prevenir complicações:

  • Mudanças no estilo de vida: alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, abandono do tabagismo e controle do estresse.

  • Uso de medicamentos orais ou injetáveis, conforme prescrito pelo médico.

  • Insulina: obrigatória para o tipo 1 e em casos de tipo 2 descompensado.

  • Monitoramento da glicemia capilar regularmente.

Principais dúvidas sobre diabetes
Diabetes tem cura?

Não. O diabetes é uma doença crônica, mas pode ser controlada com tratamento adequado.

Posso comer açúcar se tiver diabetes?

Sim, mas com moderação. A alimentação deve ser balanceada, e o consumo de açúcares simples deve ser controlado.

Diabetes tipo 2 sempre precisa de insulina?

Não necessariamente. Muitos pacientes controlam a doença com dieta, exercícios e medicamentos orais.

Qual é o melhor exame para acompanhar?

A hemoglobina glicada é o principal marcador de controle glicêmico nos últimos 3 meses.

Quem tem diabetes pode doar sangue?

Sim, desde que esteja bem controlado e sem complicações.

Cuidados de enfermagem no paciente com diabetes
  • Orientar sobre autocuidados e aplicação de insulina;

  • Monitorar glicemia capilar e sinais de hipo/hiperglicemia;

  • Avaliar integridade da pele e presença de feridas nos pés;

  • Incentivar adesão ao tratamento medicamentoso e dieta;

  • Promover educação em saúde.

Conclusão

O diabetes é uma doença crônica comum, mas que pode ser controlada com medidas simples e eficazes. O conhecimento sobre seus tipos, sintomas e cuidados é essencial tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. O papel da enfermagem é fundamental para o acompanhamento, educação e prevenção de complicações.

Referências:
  • Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) - www.diabetes.org.br

  • Ministério da Saúde - www.gov.br/saude

  • International Diabetes Federation (IDF)

  • American Diabetes Association (ADA) Guidelines 2024