Caso Clínico: Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) em Exacerbação

Caso Clínico

Paciente masculino, 72 anos, ex-tabagista (40 maços/ano), diagnóstico de DPOC há 12 anos. Procurou atendimento na unidade de saúde com queixa de dispneia intensa, tosse produtiva com secreção amarelada e cansaço aos mínimos esforços há 4 dias.
No exame físico, observa-se uso de musculatura acessória para respiração, presença de sibilos difusos e tórax em “barril”. Pele pálida e sudoreica, paciente ansioso e inquieto.
Sinais vitais: PA 135x85 mmHg, FC 102 bpm, FR 30 irpm, Temp. 37,5°C, SpO₂ 86% em ar ambiente.

Diagnósticos de Enfermagem (NANDA-I)
  1. Troca de gases prejudicada relacionada à ventilação alveolar inadequada, evidenciada por hipoxemia (SpO₂ 86%) e dispneia.

  2. Padrão respiratório ineficaz relacionado ao uso de musculatura acessória, evidenciado por FR 30 irpm e sibilos difusos.

  3. Ansiedade relacionada à falta de ar, evidenciada por inquietação e verbalização de medo.

  4. Fadiga relacionada ao esforço respiratório aumentado, evidenciada por cansaço aos mínimos esforços.

Plano de Cuidados de Enfermagem (NANDA – NIC – NOC)
1. Diagnóstico: Troca de gases prejudicada
  • NOC (Resultados esperados): Saturação de oxigênio ≥ 92%, melhora da coloração da pele e redução da dispneia.

  • NIC (Intervenções):

    • Administrar oxigenoterapia conforme prescrição.

    • Monitorar gases arteriais, saturação periférica e padrão respiratório.

    • Incentivar a tosse eficaz e higiene brônquica.

2. Diagnóstico: Padrão respiratório ineficaz
  • NOC: Melhora da ventilação pulmonar e redução do esforço respiratório.

  • NIC:

    • Manter paciente em posição semifowler.

    • Estimular técnicas de respiração diafragmática e com lábios semicerrados.

    • Realizar nebulização e aspiração de vias aéreas, se necessário.

3. Diagnóstico: Ansiedade
  • NOC: Redução da ansiedade e maior sensação de controle da respiração.

  • NIC:

    • Oferecer ambiente calmo e seguro.

    • Explicar procedimentos de forma clara, garantindo compreensão.

    • Estimular técnicas de relaxamento e respiração controlada.

4. Diagnóstico: Fadiga
  • NOC: Redução da fadiga e maior tolerância às atividades de autocuidado.

  • NIC:

    • Planejar atividades com intervalos de descanso.

    • Incentivar apoio familiar no autocuidado.

    • Monitorar sinais de esgotamento durante esforços leves.

Evolução de Enfermagem

Paciente admitido em oxigenoterapia sob máscara de Venturi a 28%, evoluindo com melhora da saturação para 92%. Mantém dispneia leve aos esforços, mas com redução da ansiedade após orientação e técnicas respiratórias. Realizada nebulização conforme prescrição, com eliminação de secreção espessa. Paciente orientado sobre importância de adesão ao tratamento e controle ambiental (evitar fumaça, poeira e poluição).

Conclusão

No caso clínico apresentado, o paciente com DPOC em exacerbação exigiu intervenções rápidas para estabilizar a oxigenação, reduzir o esforço respiratório e controlar a ansiedade. O papel da enfermagem foi crucial no monitoramento dos sinais respiratórios, aplicação de terapias de suporte e orientação ao paciente sobre manejo da doença e prevenção de novos episódios.

O Processo de Enfermagem é fundamental para organizar e direcionar o cuidado, garantindo que ele seja individualizado, sistematizado e baseado em evidências científicas. A partir da aplicação das etapas — avaliação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação — o enfermeiro consegue identificar as necessidades do paciente, traçar metas realistas e propor intervenções seguras e eficazes.

No caso clínico apresentado, observamos a importância do raciocínio clínico na identificação precoce das alterações, bem como a atuação ativa da enfermagem no acompanhamento, prevenção de complicações e promoção da recuperação. Dessa forma, reforça-se que o uso do NANDA-I, NOC e NIC é essencial para embasar práticas assistenciais e fortalecer a autonomia do enfermeiro dentro da equipe multiprofissional.