Caso Clínico: Idosa com Insuficiência Cardíaca Congestiva


Caso Clínico
Paciente feminina, 82 anos, viúva, hipertensa e com histórico de infarto agudo do miocárdio há 8 anos. Em acompanhamento ambulatorial por insuficiência cardíaca congestiva. Comparece ao pronto atendimento com queixa de dispneia progressiva há 3 dias, edema em membros inferiores e fadiga intensa aos mínimos esforços.
No exame físico, observa-se dispneia ao falar frases longas, estertores crepitantes em bases pulmonares, turgência jugular e edema ++/4 em membros inferiores. Pele fria, pálida e úmida.
Sinais vitais: PA 160x95 mmHg, FC 110 bpm, FR 28 irpm, Temp. 36,9°C, SpO₂ 88% em ar ambiente.
Diagnósticos de Enfermagem (NANDA-I)
Débito cardíaco diminuído relacionado à disfunção miocárdica, evidenciado por dispneia, fadiga e edema.
Troca de gases prejudicada relacionada à congestão pulmonar, evidenciada por SpO₂ 88% e estertores crepitantes.
Intolerância à atividade relacionada ao desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio, evidenciada por fadiga aos mínimos esforços.
Risco de sobrecarga de volume relacionado à retenção hídrica secundária à insuficiência cardíaca.
Plano de Cuidados de Enfermagem (NANDA – NIC – NOC)
1. Diagnóstico: Débito cardíaco diminuído
NOC (Resultados esperados): Estabilidade hemodinâmica, melhora da perfusão tecidual.
NIC (Intervenções):
Monitorar sinais vitais e pressão arterial periodicamente.
Administrar medicações conforme prescrição (diuréticos, anti-hipertensivos).
Manter paciente em posição semifowler para facilitar retorno venoso.
2. Diagnóstico: Troca de gases prejudicada
NOC: Saturação de oxigênio ≥ 92%, melhora da ventilação.
NIC:
Oferecer oxigenoterapia conforme prescrição.
Avaliar padrão respiratório regularmente.
Manter vias aéreas permeáveis e ambiente arejado.
3. Diagnóstico: Intolerância à atividade
NOC: Realizar atividades básicas com menor dispneia e fadiga.
NIC:
Orientar paciente a respeitar limites físicos.
Planejar períodos de repouso entre as atividades.
Estimular atividades leves e progressivas conforme tolerância.
4. Diagnóstico: Risco de sobrecarga de volume
NOC: Controle adequado do balanço hídrico.
NIC:
Monitorar balanço hídrico rigoroso (ingestão e eliminação).
Avaliar peso corporal diariamente.
Orientar restrição hídrica e dietética conforme prescrição médica.
Evolução de Enfermagem
Paciente mantida em oxigenoterapia sob cateter nasal a 2 L/min, com melhora da saturação para 93%. Administrado diurético conforme prescrição, obtendo aumento da diurese. Orientada sobre repouso, controle de ingesta hídrica e adesão à terapia medicamentosa. Mantida monitorização de sinais vitais e avaliação respiratória periódica.
Conclusão
No presente caso clínico, a Insuficiência Cardíaca Congestiva exigiu intervenções rápidas para estabilizar a oxigenação, reduzir a sobrecarga hídrica e melhorar o débito cardíaco. O papel da enfermagem foi essencial para monitorar sinais vitais, administrar terapêutica prescrita, orientar paciente e família sobre mudanças no estilo de vida e prevenir complicações relacionadas à progressão da doença.
O Processo de Enfermagem é fundamental para organizar e direcionar o cuidado, garantindo que ele seja individualizado, sistematizado e baseado em evidências científicas. A partir da aplicação das etapas — avaliação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação — o enfermeiro consegue identificar as necessidades do paciente, traçar metas realistas e propor intervenções seguras e eficazes.
No caso clínico apresentado, observamos a importância do raciocínio clínico na identificação precoce das alterações, bem como a atuação ativa da enfermagem no acompanhamento, prevenção de complicações e promoção da recuperação. Dessa forma, reforça-se que o uso do NANDA-I, NOC e NIC é essencial para embasar práticas assistenciais e fortalecer a autonomia do enfermeiro dentro da equipe multiprofissional.