Caso Clínico: Idosa com Diabetes Mellitus e Ferida em Pé


Caso Clínico
Paciente do sexo feminino, 76 anos, diabética tipo 2 há 15 anos, hipertensa, em uso de metformina e losartana. Chega à unidade básica de saúde acompanhada da filha, que relata ferida no pé direito há cerca de 20 dias, sem cicatrização adequada.
Na avaliação, observa-se úlcera em região plantar, com bordas irregulares, presença de secreção serossanguinolenta, odor fétido leve e pele adjacente hiperemiada. Relata dor local ao caminhar e dificuldade em realizar atividades de autocuidado devido à limitação funcional. Refere glicemia capilar frequentemente acima de 200 mg/dL.
Sinais vitais: PA 140x85 mmHg, FC 82 bpm, FR 20 irpm, Temp. 37,6°C, glicemia capilar 236 mg/dL.
Diagnósticos de Enfermagem (NANDA-I)
Integridade da pele prejudicada relacionada a circulação periférica alterada, evidenciada por presença de úlcera no pé.
Perfusão tissular periférica ineficaz relacionada a comprometimento vascular secundário ao diabetes, evidenciada por ferida de difícil cicatrização.
Risco de infecção relacionado à hiperglicemia persistente e presença de lesão aberta.
Déficit no autocuidado: higiene relacionado à limitação funcional e dor ao deambular, evidenciado por relato de dificuldade para realizar cuidados pessoais.
Plano de Cuidados de Enfermagem (NANDA – NIC – NOC)
1. Diagnóstico: Integridade da pele prejudicada
NOC (Resultados esperados): Cicatrização da ferida, redução de secreção, pele íntegra ao redor da lesão.
NIC (Intervenções):
Realizar curativo com técnica asséptica, conforme protocolo.
Monitorar evolução da ferida (dimensão, cor, presença de secreção).
Orientar sobre medidas de prevenção de novas lesões nos pés (uso de calçados adequados, higiene).
2. Diagnóstico: Perfusão tissular periférica ineficaz
NOC: Melhora da circulação periférica e cicatrização progressiva.
NIC:
Avaliar regularmente pulsos periféricos e coloração da pele.
Estimular deambulação assistida, respeitando limitações.
Orientar sobre controle rigoroso da glicemia e adesão à dieta prescrita.
3. Diagnóstico: Risco de infecção
NOC: Ausência de sinais de infecção (febre, secreção purulenta, aumento da dor).
NIC:
Manter técnica asséptica em todos os cuidados com a ferida.
Orientar paciente e familiares sobre higienização adequada das mãos.
Monitorar sinais vitais e evolução da lesão diariamente.
4. Diagnóstico: Déficit no autocuidado: higiene
NOC: Realização parcial das atividades de autocuidado com auxílio.
NIC:
Auxiliar na higiene corporal diária quando necessário.
Incentivar a participação do paciente no autocuidado dentro de seus limites.
Envolver familiares no suporte às atividades de higiene e cuidados com a ferida.
Evolução de Enfermagem
Paciente apresenta ferida plantar em pé direito com sinais de cicatrização lenta. Realizado curativo conforme protocolo, utilizando técnica asséptica. Orientada paciente e familiar sobre cuidados domiciliares com os pés, monitoramento da glicemia e adesão ao tratamento medicamentoso. Mantida vigilância quanto a sinais de infecção e reforçada importância do acompanhamento multiprofissional (médico, enfermagem e nutrição).
Conclusão
O Processo de Enfermagem permitiu identificar diagnósticos prioritários e traçar um plano de cuidados voltado à cicatrização da ferida, prevenção de complicações e promoção da autonomia do paciente. A utilização das taxonomias NANDA-I, NIC e NOC garantiu uma assistência direcionada e baseada em evidências, reforçando o papel do enfermeiro no manejo de pacientes com diabetes e risco de lesões.