Câncer de Colo do Útero: Sintomas, Prevenção e Tratamento

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DOENÇAS

6/24/20253 min ler

O câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é um dos tipos de câncer mais comuns entre mulheres no Brasil e no mundo, especialmente em regiões com menor acesso a serviços de saúde. Apesar disso, é também um dos tipos mais evitáveis e tratáveis quando diagnosticado precocemente. Causado principalmente pela infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano (HPV), esse tipo de câncer pode ser prevenido com medidas simples como vacinação, exames de rastreio e mudanças de hábitos. Neste artigo, abordaremos os principais sintomas, formas de prevenção e tratamento do câncer de colo do útero, com base em informações atualizadas e fontes confiáveis.

O Que é o Câncer de Colo do Útero?

O câncer de colo do útero se desenvolve na parte inferior do útero, chamada colo, que faz a conexão com a vagina. Ele começa de forma lenta e pode levar anos para se desenvolver a partir de lesões precursoras, chamadas de lesões intraepiteliais escamosas, detectáveis pelo exame de Papanicolau.

O HPV é a principal causa do câncer cervical, especialmente os tipos HPV 16 e 18, que juntos são responsáveis por mais de 70% dos casos. A infecção genital por HPV é extremamente comum e, na maioria das vezes, não causa sintomas. No entanto, em alguns casos, a infecção persiste e pode provocar alterações celulares que evoluem para câncer.

Sintomas do Câncer de Colo do Útero

Em estágios iniciais, o câncer de colo do útero pode ser assintomático, o que reforça a importância dos exames de rastreamento. Quando os sintomas aparecem, eles costumam indicar que a doença está mais avançada. Os principais síntomas incluem:

  • Sangramento vaginal anormal, especialmente após relação sexual, entre os ciclos menstruais ou na menopausa;

  • Corrimento vaginal anormal, com odor fétido e coloração incomum;

  • Dor durante a relação sexual;

  • Dor pélvica ou abdominal persistente;

  • Em estágios mais avançados, pode haver dificuldade para urinar, inchaço nas pernas, perda de peso inexplicada e fadiga extrema.

Qualquer um desses sintomas deve ser avaliado por um profissional de saúde, principalmente se persistirem por mais de uma semana.

Prevenção

A prevenção do câncer de colo do útero pode ser dividida em prevenção primária e prevenção secundária:

Prevenção Primária
  • Vacinação contra o HPV: A vacina é segura, eficaz e é oferecida gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, e também para imunossuprimidos até os 45 anos.

  • Uso de preservativos: Reduz o risco de transmissão do HPV e de outras ISTs.

  • Redução do número de parceiros sexuais: Menor exposição ao vírus.

  • Parar de fumar: O tabagismo é um fator de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo o cervical.

Prevenção Secundária
  • Exame de Papanicolau (citologia oncótica): Deve ser feito regularmente por mulheres de 25 a 64 anos que já tiveram atividade sexual. Esse exame detecta alterações celulares antes que virem câncer.

  • Testes de DNA-HPV: São exames mais recentes que detectam a presença do vírus e ajudam a identificar mulheres em maior risco.

A combinação de vacinação com rastreamento regular pode prevenir quase todos os casos de câncer de colo uterino.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais:

  • Exame especular e colposcopia;

  • Papanicolau positivo, com alterações suspeitas;

  • Bíopsia do colo do útero, que confirma o diagnóstico;

  • Exames de imagem como ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia podem ser utilizados para estadiamento da doença.

O estadiamento vai do estágio I ao IV, e define o tratamento e o prognóstico.

Tratamento

O tratamento depende do estágio da doença, idade da paciente, desejo de ter filhos e condições de saúde gerais. Pode incluir:

  • Cirurgia: Em estágios iniciais, pode ser feita a histerectomia (retirada do útero), com ou sem retirada dos ovários e gânglios linfáticos.

  • Radioterapia: Induz a morte das células cancerígenas, usada em estágios intermediários ou como adjuvante pós-cirúrgico.

  • Quimioterapia: Frequentemente usada em conjunto com a radioterapia em estágios mais avançados.

  • Terapias alvo e imunoterapia: Opções mais recentes para casos resistentes ou recidivantes.

O acompanhamento regular é essencial para monitorar recidivas e efeitos colaterais.

Considerações Finais

O câncer de colo do útero é uma doença evitável e tratável. A educação em saúde, o acesso à vacinação e aos exames de rastreamento são fundamentais para reduzir a incidência e a mortalidade. É papel dos profissionais de enfermagem, especialmente na atenção básica, orientar mulheres sobre a importância da prevenção e promover campanhas que estimulem o cuidado com a saúde feminina.

Referências:
  • Instituto Nacional de Câncer (INCA). https://www.inca.gov.br

  • Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude

  • OMS - World Health Organization. https://www.who.int

  • Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. https://www.sboc.org.br

  • CDC - Centers for Disease Control and Prevention. https://www.cdc.gov