Atendimento de Enfermagem no Infarto Agudo do Miocárdio: protocolos e condutas essenciais

O que é o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

O infarto agudo do miocárdio é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo, caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo em uma das artérias coronárias, levando à necrose do tecido cardíaco. Para a enfermagem, reconhecer os sinais precoces e agir rapidamente é essencial para aumentar as chances de sobrevivência e reduzir complicações. O paciente com IAM é um dos mais críticos nas salas de emergência, exigindo preparo técnico, rapidez e aplicação de protocolos bem definidos.

Reconhecimento precoce: sinais e sintomas

O enfermeiro deve estar atento a sinais clássicos como dor torácica em aperto ou queimação, irradiando para braço esquerdo, mandíbula ou dorso, sudorese intensa, palidez, falta de ar e náuseas. No entanto, é importante lembrar que alguns pacientes, como mulheres, idosos e diabéticos, podem apresentar sintomas atípicos, como dor abdominal, fadiga extrema ou apenas desconforto leve. Por isso, a avaliação clínica precisa ser criteriosa, evitando subdiagnóstico e atrasos no atendimento.

Condutas imediatas da enfermagem

Na chegada do paciente à unidade de urgência, a enfermagem deve iniciar a monitorização cardíaca, verificar sinais vitais, administrar oxigênio se necessário e garantir acesso venoso calibroso. Outro passo essencial é realizar o eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações em até 10 minutos após a chegada, um exame fundamental para confirmar o diagnóstico. O enfermeiro deve ainda coletar exames laboratoriais, como marcadores cardíacos (troponina), e preparar o paciente para terapias de reperfusão, conforme prescrição médica.

Exemplos práticos na rotina da emergência

Na prática, situações comuns incluem pacientes chegando à unidade com dor torácica intensa em pronto-atendimento. O enfermeiro treinado em protocolos reconhece imediatamente o quadro, chama a equipe médica, já posiciona o paciente em monitor multiparamétrico, administra aspirina sob prescrição, prepara heparina e organiza o transporte seguro até a unidade coronariana. Essas condutas rápidas fazem diferença entre um desfecho favorável ou complicações graves.

Papel da enfermagem na educação e prevenção

Além do atendimento emergencial, a enfermagem também atua na prevenção e orientação. Muitos pacientes com fatores de risco — como hipertensão, diabetes, tabagismo e sedentarismo — não percebem a gravidade de seus hábitos. Orientar sobre alimentação saudável, prática regular de atividade física e adesão ao tratamento medicamentoso é uma forma de reduzir novos episódios de IAM e melhorar a qualidade de vida.

Conclusão

O atendimento de enfermagem no infarto agudo do miocárdio exige rapidez, conhecimento técnico e aplicação de protocolos baseados em evidências. Reconhecer sinais precoces, garantir monitorização adequada, realizar ECG imediato e apoiar o processo de reperfusão são passos cruciais que podem salvar vidas. Além disso, o papel da enfermagem vai além da emergência: a educação em saúde é essencial para reduzir fatores de risco e prevenir novas ocorrências.

Referências
  • Ministério da Saúde. Protocolo de Atendimento ao Infarto Agudo do Miocárdio.

  • Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Atuação da Enfermagem em Urgência e Emergência.

  • Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes para Tratamento do IAM com Supra de ST.

  • Organização Mundial da Saúde (OMS). Global Report on Cardiovascular Diseases.